(ENEM PPL - 2019) O meu pai era paulista Meu av, pernambucano O meu bisav, mineiro Meu tatarav, baiano Vou na estrada h muitos anos Sou um artista brasileiro CHICO BUARQUE. Paratodos. 1993. Disponvel em: www.chicobuarque.com.br. Acesso em: 29 jun. 2015 (fragmento). A caracterstica familiar descrita deriva do seguinte aspecto demogrfico:
(ENEM PPL - 2019) As crianas devem saudar as pessoas distintas, os professores e senhoras conhecidas que encontrarem, que elas no se negaro a corresponder. No devem empurrar ningum nem cortar o passo dos transeuntes. No escrever nas paredes e portas coisa alguma. Nunca atirar pedras. No atirar cascas de frutas no cho, o que pode ser motivo de desastres gravssimos. Nunca fitar de propsito os olhos sobre pessoas aleijadas ou rir-se de algum defeito fsico do prximo. A Imprensa, n. 67, 27 abr. 1914. O discurso sobre a infncia, veiculado pelo jornal no incio do sculo XX, visava a promoo de
(ENEM PPL - 2019) A ausncia quase completa de fantasmas na Bblia deve ter favorecido tambm a vontade de rejeio dos fantasmas pela cultura crist. Vrias passagens dos Evangelhos manifestam mesmo uma grande reticncia com relao a um culto dos mortos: Deixa os mortos sepultar os mortos, diz Jesus (Mt 8:21), ou ainda: Deus no Deus dos mortos, mas dos vivos (Mt 22:32). Por certo, numerosos mortos so ressuscitados por Jesus (e, mais tarde, por alguns de seus discpulos), mas tal milagre o mais notrio possvel segundo as classificaes posteriores dos hagigrafos medievais no assimilvel ao retorno de um fantasma. Ele prefigura a prpria ressurreio do Cristo trs dias depois de sua Paixo. Antecipa tambm a ressurreio universal dos mortos no fim dos tempos. SCHMITT, J.-C. Os vivos e os mortos na sociedade medieval. So Paulo: Cia. das Letras, 1999. De acordo com o texto, a representao da morte ganhou novos significados nessa religio para
(ENEM PPL - 2019) O feminismo teve uma relao direta com o descentramento conceitual do sujeito cartesiano e sociolgico. Ele questionou a clssica distino entre o dentro e o fora, o privado e o pblico. O slogan do feminismo era: o pessoal poltico. Ele abriu, portanto, para a contestao poltica, arenas inteiramente novas: a famlia, a sexualidade, a diviso domstica do trabalho etc. HALL, S. A identidade cultural na ps-modernidade. Rio de Janeiro: DPA, 2011 (adaptado). O movimento descrito no texto contribui para o processo de transformao das relaes humanas, na medida em que sua atuao
(ENEM PPL - 2019) O conhecimento sempre aproximado, falvel e, por isso mesmo, suscetvel de contnuas correes. Uma justificao pode parecer boa, num certo momento, at aparecer um conhecimento melhor. O que define a cincia no ser ento a ilusria obteno de verdades definitivas. Ela ser antes definvel pela prevalncia da utilizao, por parte dos seus praticantes, de instrumentalidades que o campo cientfico forjou e tornou disponveis. Ou seja, cada progresso no conhecimento que mostre o carter errneo ou insuficiente de conhecimentos anteriores no remete estes ltimos para as trevas exteriores da no cincia, mas apenas para o estgio de conhecimentos cientficos historicamente ultrapassados. ALMEIDA, J. F. Velhos e novos aspectos da epistemologia das cincias sociais. Sociologia: problemas e prticas, n. 55, 2007 (adaptado). O texto desmistifica uma viso do senso comum segundo a qual a cincia consiste no(a)
(ENEM PPL - 2019) Uns viam na abdicao uma verdadeira revoluo, sonhando com um governo de contedo republicano; outros exigiam o respeito Constituio, esperando alcanar, assim, a consolidao da Monarquia. Para alguns, somente uma Monarquia centralizada seria capaz de preservar a integridade territorial do Brasil; outros permaneciam ardorosos defensores de uma organizao federativa, semelhana da jovem Repblica norte-americana. Havia aqueles que imaginavam que somente um Poder Executivo forte seria capaz de garantir e preservar a ordem vigente; assim como havia os que eram favorveis atribuio de amplas prerrogativas Cmara dos Deputados, por entenderem que somente ali estariam representados os interesses das diversas provncias e regies do Imprio. MATTOS, I. R.; GONALVES, M. A. O Imprio da boa sociedade: a consolidao do Estado imperial brasileiro. So Paulo: Atual, 1991 (adaptado). O cenrio descrito revela a seguinte caracterstica poltica do perodo regencial:
(ENEM PPL - 2019) A Regncia iria enfrentar uma srie de rebelies nas provncias, marcadas pela reao das elites locais contra o centralismo monrquico levado a efeito pelos interesses dos setores ligados ao caf da Corte, como a Cabanagem, no Par, a Balaiada, no Maranho, e a Sabinada, na Bahia. Mas, de todas elas, a Revoluo Farroupilha era aquela que mais preocuparia, no s pela sua longa durao como pela sua situao fronteiria da provncia do Rio Grande, tradicionalmente a garantidora dos limites e dos interesses antes lusitanos e agora nacionais do Prata. PESAVENTO, S. J. Farrapos com a faca na bota. In: FIGUEIREDO, L. Histria do Brasil para ocupados. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013. A caracterstica regional que levou uma das revoltas citadas a ser mais preocupante para o governo central era a
(ENEM PPL - 2019) amplamente conhecida a grande diversidade gastronmica da espcie humana. Frequentemente, essa diversidade utilizada para classificaes depreciativas. Assim, no incio do sculo, os americanos denominavam os franceses de comedores de rs. Os ndios kaapor discriminam os timbiras chamando-os pejorativamente de comedores de cobra. E a palavra potiguara pode significar realmente comedores de camaro. As pessoas no se chocam apenas porque as outras comem coisas variadas, mas tambm pela maneira que agem mesa. Como utilizamos garfos, surpreendemo-nos com o uso dos palitos pelos japoneses e das mos por certos segmentos de nossa sociedade. LARAIA, R. Cultura: um conceito antropolgico. So Paulo: Jorge Zahar, 2001 (adaptado). O processo de estranhamento citado, com base em um conjunto de representaes que grupos ou indivduos formam sobre outros, tem como causa o(a)
(ENEM PPL - 2019) O esprito humano controla as mquinas cada vez mais potentes que criou. Mas a lgica dessas mquinas artificiais controla cada vez mais o esprito dos cientistas, socilogos, polticos e, de modo mais abrangente, todos aqueles que, obedecendo soberania do clculo, ignoram tudo o que no quantificvel, ou seja, os sentimentos, sofrimentos, alegrias dos seres humanos. Essa lgica assim aplicada ao conhecimento e conduta das sociedades, e se espalha em todos os setores da vida. MORIN, E. O mtodo 5: a humanidade da humanidade. Porto Alegre: Sulina, 2012 (adaptado). No contexto atual, essa crtica proposta por Edgar Morin se aplica
(ENEM PPL - 2019) Uma parte da nossa formao cientfica confunde-se com a atividade de uma polcia de fronteiras, revistando os pensamentos de contrabando que viajam na mala de outras sabedorias. Apenas passam os pensamentos de carimbada cientificidade. A biologia, por exemplo, um modo maravilhoso de emigrarmos de ns, de transitarmos para lgicas de outros seres, de nos descentrarmos. Aprendemos que no somos o centro da vida nem o topo da evoluo. COUTO, M. Interinvenes. Portugal: Caminho, 2009 (adaptado). No trecho, expressa-se uma viso potica da epistemologia cientfica, caracterizada pela
(ENEM PPL - 2019) Embora os centros de deciso permaneam fortemente centralizados nas cidades mundiais, as atividades produtivas podem ser desconcentradas, desde que haja conexes fceis entre as unidades produtivas e os centros de gesto e exista a disponibilidade de trabalho qualificado e uma base tcnica adequada s operaes industriais. EGLER, C. A. G. Questo regional e a gesto do territrio no Brasil. In: CASTRO, I. E.; CORRA, R. L.; GOMES, P. C. C. (Org.). Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2014. A mudana nas atividades produtivas a que o texto faz referncia motivada pelo seguinte fator:
(ENEM PPL - 2019) A esttica relativamente estvel do modernismo fordista cedeu lugar a todo o fermento, instabilidade e qualidades fugidias de uma esttica ps-moderna que celebra a diferena, a efemeridade, o espetculo, a moda e a mercadificao de formas culturais. HARVEY, D. Condio ps-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudana cultural. So Paulo: Loyola, 2009. No contexto descrito, as transformaes estticas impactam a produo de bens por meio da
(ENEM PPL - 2019) A cidade E a situao sempre mais ou menos, Sempre uns com mais e outros com menos. A cidade no para, a cidade s cresce O de cima sobe e o de baixo desce. CHICO SCIENCE e Nao Zumbi. In: Da lama ao caos. Rio de Janeiro: Chaos; Sony Music, 1994 (fragmento). A letra da cano do incio dos anos 1990 destaca uma questo presente nos centros urbanos brasileiros que se refere ao()
(ENEM PPL - 2019) O consumo da habitao, em especial aquela dotada de atributos especiais no espao urbano, contribui para o entendimento do fenmeno, pois certas reas tornam-se alvos de operaes comerciais de prestgio com a produo e/ou a renovao de construes, diferente de outras pores da cidade, dotadas de menor infraestrutura. SANTOS, A. R. O consumo da habitao de luxo no espao urbano parisiense. Confins, n. 23, 2015 (adaptado). O conceito que define o processo descrito denomina-se
(ENEM PPL - 2019) Estima-se que no Brasil mais de 20% da populao tenha algum tipo de dificuldade de locomoo, seja por deficincia fsica, motora, sensorial ou mesmo por uma condio especfica transitria. Para que essa parcela da populao exera plenamente o seu direito constitucional de ir e vir, os sistemas de transporte tm de apresentar caractersticas adequadas de acessibilidade, dentro dos conceitos do desenho universal. IPEA. Polticas de melhoria das condies de acessibilidade do transporte urbano no Brasil. Rio de Janeiro: Ipea, 2015. No meio urbano, o atendimento da proposta de incluso social apresentada no texto demanda um conjunto de intervenes tcnicas que promovam o(a)